Ao longo das próximas décadas, educação, profissão e sistemas de comunicação manterão estreita relação dialética entre si, de tal modo que já se pode afirmar que não existirão escolas sem televisão, rádio, jornal e internet dentro e fora delas. Ora, num país onde o índice de analfabetos adultos é alto, a televisão pode monitorar a educação, contornando o problema e formando uma audiência de vários públicos instantaneamente.
Atualmente, o caráter e a estrutura redacional da comunicação escrita e eletrônica de países desenvolvidos e em desenvolvimento diferem muito pouco em sua essência. De certa maneira, isso provoca modernização dependente, cujas conseqüências prejudicam as populações menos favorecidas educacional e culturalmente.
Por outro lado, nos países em desenvolvimento, os governos e os grandes grupos que detêm e administram as redes e agências de comunicação não se preocupam em despertar na população desfavorecida culturalmente estratégias audaciosas para, num período médio de 10 anos, ascenderem educacional e profissionalmente em relação ao estágio em que se encontram. O problema básico da sociedade brasileira é a carência educacional. Em toda a sua plenitude técnica modernista, predomina nas comunicações o comodismo perante o quadro grave de ignorância e despreparo profissional, quando não alienam criando distrações e controvérsias.
Em termos de formação integral, a ação da comunicação eletrônica é incipiente e sem qualquer expressão. As redes de televisão não se envolvem, tampouco mensuram os resultados gerados face à preferência total pela informação excentricamente comercial e de consumo imediato. A introdução de um sistema diferente de comunicação poderá gradualmente corrigir distorções históricas e projetar novo suporte para recuperar conteúdos perdidos ou enfraquecidos.
Uma Rede de Televisão Educacional de Baixo Custo poderia transmitir diariamente, quatro horas por turno, - manhã, tarde e noite -, programação educacional modelar, produzida dentro de estabelecimentos escolares conceituados e oficinas profissionalizantes. Teria a obrigação de apresentar qualidade igual ou superior à atual programação de consumo comercial das redes de televisão em funcionamento. Poderia contar com o suporte de vários Ministérios e apoio financeiro de agências da Organização das Nações Unidas e Institutos Internacionais.
Assim, seria possível estabelecer metas de comunicação visando superar uma série de aspectos técnicos e de informação ineficazes, que se expressam tanto na estrutura das escolas tradicionais quanto na mídia eletrônica. A grande vantagem é obter aproveitamento mais rápido da vasta potencialidade de recursos materiais, tecnológicos e humanos existentes no país, que influirão diretamente na saúde, economia, política, família, formação escolar, progresso humano e cultural.
Para garantir êxito desse sistema sócio-educacional de comunicação é fundamental gerar imagens dinâmicas e atraentes, que privilegiem o significado e o repertório cotidiano real, mostrando às comunidades exemplos de sucesso profissional conquistado. Por meio de obras e testemunhos de vida, a pessoa beneficiada revela atos, vontades, sentimentos, emoções, projetos e êxitos alcançados.
Tecnicamente, a Agência de Televisão Educacional de Baixo Custo para o Brasil seguirá metodologias e políticas de comunicação organizacional: elabora programas específicos para cada faixa etária, checa a assimilação de conteúdos e metodologias, realiza entrevistas sincronizadas e cruzadas, utiliza forças e influências de líderes de opinião, negocia prioridades para a nação com autoridades das esferas da comunicação e da educação, supervisiona plano diretor para o sistema proposto.
Artigo extraído do site: http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/2388/tv-educativa-e-profissionalizante-de-baixo-custo
Nenhum comentário:
Postar um comentário